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Oscar 2015 e a representatividade feminina

  • Escrito por: Bruna Leandro
  • 23 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

A cerimônia de entrega do Oscar 2015 aconteceu ontem, 22 de fevereiro, em Los Angeles. O evento, apresentado pelo comediante Neil Patrick Harris, começou às 22h mas já figurava nas grades de programação de alguns canais desde às 15:30h.

Como uma grande entusiasta do cinema, da moda e dos direitos da mulher eu já tinha minhas apostas: sobre os filmes, sobre os looks e sobre como, mais uma vez, uma das noites mais importantes da indústria cinematográfica daria espaço para a já costumeira objetificação das lindas, exuberantes, bem vestidas e, acima de todos os anteriores, talentosíssimas mulheres a desfilar no tapete vermelho do teatro Dolby.

Por mais que criações dos designers mais importantes do mundo da moda tenham sido eternizadas no evento, nada justifica a falta de interesse profissional da pergunta mais feita da gala: “O que (que marca) você está vestindo?”. Enquanto as entrevistas com personalidades masculinas eram repletas de piadinhas, futuros projetos e perguntas sobre premiações anteriores, as mulheres em Hollyood não receberam a mesma atenção. Ao menos não pelos seus trabalhos, mas pelo vestuário ou, no máximo, por suas vidas pessoais, suas comidas de café da manhã, ou pelo suposto nervosismo. (confira aqui)

A campanha #askhermore propõe que os repórteres façam perguntas menos superficiais às divas do red carpet, indo diretamente de encontro ao péssimo hábito da mídia internacional de transformar mulheres poderosas, independentes e com muito a dizer em meros rostinhos (ou vestidos, rs) bonitos. Entre as adeptas da noite estão a vencedora do prêmio de melhor atriz Julianne Moore, e as indicadas Emma Stone e Reese Witherspoon.

No mesmo rumo, o discurso de Patricia Arquette -que levou para casa a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante- falou sobre igualdade salarial e de direitos entre homens e mulheres, em um momento de muita inspiração. Ovacionada por ninguém menos do que Meryl Streep (diva-recordista absoluta no número de indicações e vitórias na história da Academia), a atriz que viveu uma mãe solteira em Boyhood soltou a voz e fez o mundo inteiro refletir sobre questões que já deveriam ter sido resolvidas muito antes do início das gravações do longa, QUE DURARAM 12 ANOS.


Veja o vídeo do discurso aqui


YOU GO GIRL!

Vale muito lembrar que, entre as indicadas para Melhor Atriz, apenas uma delas participava de uma produção que tinha sido indicada na categoria de Melhor Filme (Felicity Jones, por A Teoria de Tudo). As quatro restantes, por coincidência ou não, incorporaram personagens fortes em tramas que giravam principalmente em torno do universo feminino, mas não tiveram a chance de concorrer pela principal estatueta da noite. Quanto aos oito longas que foram indicados a Melhor Filme pela Academia? Todos contavam as distintas histórias de personagens do sexo masculino e, com excessão do líder político Martin Luther King Jr, brancos; obrigada por perguntar.


Pode ser que essas sejam mesmo as oito melhores produções do ano.


Ou pode ser que o júri da Academia, composto por 94% Brancos, e 77% homens precise urgentemente de diversidade.


E o melhor look da noite?

Neil Patrick Harris de cueca para o mundo inteiro ver.

Aguardo ansiosamente pelo momento em que mulheres poderão ficar à vontade dessa forma.

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Bruna Leandro tem 19 anos, é estudante de Jornalismo na PUC-Rio e uma das idealizadoras do projeto "Hoje eu quero voltar sozinha".

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