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Relato-aviso para as estudantes e moradoras da Praia Vermelha/RJ

  • hojeeuquerovoltars
  • 10 de dez. de 2014
  • 3 min de leitura


"Todos os dias eu venho dormindo no longo trajeto de volta pra casa. Hoje eu vim chorando. Há alguns meses, fiquei sabendo de uma história de um taxista que ficava se masturbando para as alunas da UFRJ na Praia Vermelha-Urca. A última coisa que soube é que ele havia sido levado para a delegacia. Hoje, saindo da UNIRIO (que fica na rua atrás da UFRJ), estava no ponto do ônibus falando no celular, por volta das 18:30. Percebi um cara fazendo uns movimentos estranhos atrás de um táxi. Até que alguns minutos depois, ele foi para o lado do táxi, na calçada, virado para mim e eu percebi que ele estava com o pênis para fora da calça e se masturbando. Se eu ouvisse essa história, ia dizer que se tivesse sido comigo, eu teria gritado; que faria um monte de coisas... Mas na prática, na hora do susto, você não faz nada do que pensou. Eu fiquei em choque e corri pra UNIRIO pra chamar o segurança. Enquanto fazia isso, como estava no celular, avisei: "Peraí. Tem um cara se masturbando aqui na rua." E ao ouvir isso e olhar para a cena, umas meninas falaram algo tipo "Que absurdo!". Entrei, chamei os seguranças e voltei para a rua. Questão de segundos. Mas nem o cara e nem o táxi estavam lá. Cheguei em casa, ainda em choque, e fui buscar todas as informações que conseguisse. Descobri que nada aconteceu com o cara depois que foi preso. Algumas denúncias foram arquivadas. Amanhã, vou na mesma delegacia para a qual ele foi levado em agosto (10ª DP, em Botafogo), com as notícias impressas, e vou prestar queixa. Precisamos denunciar esse tipo de "conduta". Não podemos mais nos calar! Não pensem que "pelo menos ele não fez nada comigo", porque uma hora, pode fazer. Aliás, não se agride apenas verbal ou fisicamente. Aquele homem se masturbando me agrediu profundamente! Me chocou! Me fez sentir nojo! Agrediu minha alma! Quando eu tinha uns 16 anos, aconteceu algo parecido: estava no ponto de ônibus e um senhor parou com o carro na minha direção e começou a se masturbar ali mesmo. Devia ser algo em torno de 13h. Eu fiquei assustada, peguei qualquer ônibus e depois dei um jeito de chegar em casa. Meus pais só souberam disso hoje. Eu não tinha voz, tinha medo, achei que poderiam brigar comigo, fiquei envergonhada. Hoje, aquele homem representou também, esse da minha adolescência. Não só ele. Representou todos os homens sujos, machistas e opressores que passaram pela minha vida e de tantas mulheres pelo mundo. Chorei e choro. De raiva, de tristeza, de nojo, mas principalmente, pela impunidade em que essas pessoas vivem. Por isso, peço, por favor, que compartilhem e caso alguma outra mulher tenha presenciado essa cena hoje (ou em qualquer outro dia), denuncie! Mulheres que estudam/trabalham/moram na Urca, fiquem atentas e se possível, anotem o número da placa do táxi, gritem, façam qualquer coisa. Mas se na prática, ficarem paralisadas como eu, quando estiverem mais calmas, denunciem! Na delegacia, no facebook e contando aos amigos. Isso precisa acabar!"

Milra N. tem 27 anos e quer voltar sozinha.


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