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Solta a voz!

  • hojeeuquerovoltars
  • 22 de nov. de 2014
  • 2 min de leitura

"Tenho 15 anos. É, somente isso, e já fui assediada na rua, mas digamos que quando se sabe o que fazer, tudo fica mais fácil. Sempre tive minha liberdade de ir e voltar sozinha da escola. Subia no ônibus, descia na frente da escola. Na volta, o mesmo processo. Só que da parada de ônibus até minha casa, é uma boa pernada. Num dia, o calor estava infernal, e eu fui de bermuda para o colégio. Ela era um pouco curta, mas eu gostava muito dela, e a roupa era minha. Quem iria me impedir de usar? Eu estava suada, e caminhar no sol ao meio dia, não ajudou muito. Parei um pouco para descansar. Me encostei na parede de um estabelecimento, tipo um mercadinho, ou um bar. Resolvi entrar lá, e comprar uma água. Afinal, faltava um pouco para eu chegar em casa, e eu estava derretendo. Ao entrar, haviam algumas mesas ali, e indentifiquei o local como um bar, uma lancheria. Fui até o balcão, e pedi uma água. O atendente disse o preço, e eu fui pegar o dinheiro na minha mochila. Enquanto eu procurava, havia um homem sentado em uma das mesas. Uma garrafa de cerveja estava a sua frente, junto com o copo pela metade. Ele se levantou da mesa, e foi até meu lado no balcão. Tentei ignorar. Peguei o dinheiro, coloquei no balcão, peguei a água. Antes de eu sair, o homem que estava ali, bateu na minha bunda. Virei para ele indignada. Ele estava indo sentar, fingindo que não havia feito nada. "Não tem vergnha não?" eu soltei. O atendente da bar ficou confuso, e perguntou o que aconteceu. "Este homem acabou de me assediar." falei, e voltei minha fala ao cara sentado "E se fosse sua filha? Gostaria que isso acontecesse? Sua sobrinha, sua mãe, quem sabe?" ele pareceu ficar desconfortável. Imagino que as mulheres não devem enfrentá-lo. Ele até levantou, e avançou na minha direção. Mas o dono do bar saiu de trás do balcão, e falou que iria chamar a ploícia se ele tentasse algo. O dono do bar expulsou o homem de lá, e felizmente, ele nunca mais foi visto novamente. É triste pensar que algumas mulheres são assediadas, mas não fazem nada. Minha mãe, e principalmente minha irmã, sempre falou "Se algo lhe incomoda, não fique quieta, fale!". E é o que eu faço. Se alguém tenta me "encochar" no ônibus, ou no trem, eu já abro a boca. O bom é que ainda existem pessoas que defendem os direitos da mulher perto de mim no meu dia-a-dia, e elas me apoiam em cada ação minha."



Esse é um relato anônimo de uma pessoa que quer voltar sozinha.


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